O sertão paraibano se prepara para receber uma das mais importantes iniciativas de circulação artística do país.
O projeto ArteSesc — Contemporaneidades na Paraíba chega às cidades de Cajazeiras e Sousa, levando a produção de 23 artistas paraibanos para além dos centros urbanos.
A iniciativa representa mais que uma simples exposição itinerante. É um movimento de democratização cultural que conecta o interior do estado à efervescente cena artística contemporânea paraibana.
Um Projeto com Mais de Quatro Décadas de História
Lançado em 1981, o projeto ArteSesc já soma mais de 40 anos promovendo a circulação de exposições pelo Brasil.
Sua missão permanece atual: permitir que pessoas de diversas regiões tenham acesso à produção artística nacional.
A chegada ao sertão paraibano marca um momento especial dessa trajetória.
As unidades do Sesc em Cajazeiras e Sousa receberão obras criadas entre 1992 e 2023, todas selecionadas do acervo institucional.
Curadoria Especializada de Rita do Monte
À frente da seleção está Rita de Cássia do Monte Lima, curadora e historiadora da arte formada pela UFPB.
Com experiência em arte contemporânea e passagem pelo renomado Courtauld Institute of Art, em Londres, Rita traz um olhar acadêmico refinado para a mostra.
“O projeto propõe diálogos, provocações e reflexões sobre as múltiplas formas de se pensar e viver a arte nos dias atuais”, explica a instituição sobre a proposta curatorial.
A curadora já desenvolveu trabalhos importantes como “Perspectivas atmosféricas: paisagens e mudanças climáticas na Paraíba em três tempos” (2022), demonstrando seu interesse pelas conexões entre arte e questões contemporâneas.
Diversidade Artística em 23 Nomes
A exposição reúne uma constelação de artistas que representa diferentes gerações e linguagens da arte paraibana contemporânea.
Confira os artistas visuais na íntegra:
- Jas-One
- Íris Helena
- Quita Oca
- Averaldo Oliveira
- Evanice Santos
- Isabela Murrá
- Geo
- Erik Kieffer
- Lu Maia
- Loneles
- Rodrigues Lima
- Cristina Strappaço
- W. J. Soha
- Aurora Caballero
- Lucas Alves
- Patrícia Maia
- Li Vas
- Fabiana Gonper
- Ednalva Cerqueira Unhandeijara Lisboa
- Xico Carvalho
- Everton David
- Conceição Myllena
- Flav Mendes
Cada artista contribui com sua visão particular da contemporaneidade paraibana.
Encontros que Transformam Territórios
O projeto se materializa em dois encontros estratégicos no sertão.
Em 17 de setembro, às 19h, o Sesc Cajazeiras abre suas portas para a mostra.
No dia seguinte, 18 de setembro, também às 19h, é a vez do Sesc Sousa receber a exposição.
A escolha dessas duas cidades não é casual. Representa um esforço consciente de levar arte contemporânea para regiões que tradicionalmente têm menos acesso a esse tipo de produção cultural.
A entrada gratuita reforça o compromisso democrático da iniciativa, eliminando barreiras financeiras ao acesso cultural.
Impacto Cultural no Sertão
A chegada do ArteSesc ao sertão paraibano simboliza uma mudança importante no cenário cultural do estado.
Tradicionalmente concentrada na capital e região metropolitana, a arte contemporânea ganha novos territórios de circulação.
Para os artistas participantes, representa uma oportunidade de ampliar o alcance de suas obras.
Para o público do interior, significa contato direto com a produção artística atual de seu estado.
O projeto demonstra como políticas culturais bem estruturadas podem quebrar a centralização geográfica da arte, criando redes de circulação mais inclusivas e democráticas.
Uma Jornada que Continua
O encerramento do itinerário 2024 nas unidades sertanejas marca não um fim, mas uma continuidade transformada.
Após percorrer outras cidades paraibanas, incluindo Guarabira, a exposição encontra no sertão seu destino final.
Esta chegada ao interior representa a completude de um ciclo que conectou diferentes regiões do estado através da arte.
É a materialização do ideal de que a cultura deve circular, atravessar fronteiras e chegar onde as pessoas estão.
O ArteSesc — Contemporaneidades na Paraíba no sertão convida não apenas para ver obras, mas para refletir sobre o lugar da arte em nossas vidas.
Em tempos de tantas urgências, a iniciativa nos lembra que a cultura é direito fundamental e força transformadora de territórios e comunidades.


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