Cajazeiras vive um momento marcante na cena cultural. A cidade inaugurou a Sala de Cinema Marcélia Cartaxo e, poucas semanas depois, receberá uma mostra de audiovisual dedicada à trajetória da atriz paraibana.
O gesto reafirma o reconhecimento local a uma das maiores intérpretes do cinema brasileiro, vencedora do Urso de Prata em Berlim e de múltiplos prêmios em festivais nacionais.
Saiba mais sobre o espaço e confira a programação completa do evento a seguir.
A nova sala de cinema no Centro Cultural Zé do Norte
No dia 18 de agosto, a prefeita Corrinha Delfino entregou à população o Cine Centro Cultural Zé do Norte totalmente reformado.
O espaço passa a oferecer melhores condições para ensaios, apresentações e exibições, com foco em produções locais.
A gestão municipal tem destacado o equipamento como uma das prioridades para a classe artística.
A sala recebeu o nome de Marcélia Cartaxo, que, mesmo ausente devido a compromissos em Gramado, enviou mensagem de agradecimento e ressaltou sua ligação com a cidade natal.
Mostra Marcélia Cartaxo: curtas, longa e debate
No dia 12 de setembro, próxima sexta-feira, o Centro Cultural Zé do Norte recebe a Mostra Marcélia Cartaxo, parte da programação do festival Cine Açude Grande 2025.
Além desta mostra, o festival também integrou o laboratório JABRE na sua VI edição.
A iniciativa é gratuita e aberta à comunidade, conforme pontuado no Instagram do evento:
Programação da Mostra Marcélia Cartaxo
A programação da tarde começa às 14h, com a exibição dos curtas e às 19h será exibido o longa Pacarrete, dirigido por Allan Deberton.
Confira os detalhes sobre a participação de Marcélia nos filmes da programação a seguir.
Antoninha (2011)
Dirigido por Laércio Ferreira, o curta retrata um sertão em meio à seca e às crenças populares.
Marcélia Cartaxo interpreta um dos papéis centrais, ao lado de Nanego Lira, em uma trama que já percorreu diversos festivais nacionais e internacionais.
Aracati (2022)
A ficção de Veruza Guedes revisita personagens populares de Cajazeiras nos anos 1990.
Marcélia integra o elenco de peso, ao lado de Buda Lira e Ubiratan di Assis, dando vida a figuras que marcaram o imaginário da cidade.
Tempo de Ira (2003)
Codirigido por Marcélia Cartaxo e Gisela Bezerra, o curta venceu prêmios em festivais como Curitiba e São Luís.
A atriz também atua como Cícera, personagem que enfrenta os dilemas da seca nordestina e do cuidado com a mãe doente.
Umbilina e Sua Grande Rival (2024)
Sob a direção de Marlom Meirelles, o filme apresenta Marcélia no papel da protagonista Umbilina, uma sertaneja que enfrenta a própria Morte para proteger o filho sobrevivente.
Pacarrete (2019)
No longa de Allan Deberton, Marcélia vive a icônica Pacarrete, professora aposentada que sonha em voltar aos palcos.
O papel lhe rendeu o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado e consolidou uma das interpretações mais marcantes de sua carreira.
A força da trajetória de Marcélia Cartaxo
Nascida em Cajazeiras, Marcélia construiu uma carreira sólida no cinema, no teatro e na televisão.
Ficou conhecida ao protagonizar A Hora da Estrela (1985), adaptação da obra de Clarice Lispector, papel que lhe rendeu o Urso de Prata no Festival de Berlim.
Ao longo de quatro décadas, acumulou prêmios como o Grande Otelo, o Troféu Candango e o Kikito de Gramado.
Entre seus trabalhos mais aclamados estão Madame Satã (2002), A História da Eternidade (2015), Big Jato (2016) e a já mencionada Pacarrete (2020).
Em 2025, foi agraciada com o Troféu Oscarito, pelo conjunto da obra, no Festival de Cinema de Gramado.
O significado da homenagem para Cajazeiras
A criação da sala de cinema e a realização da mostra representam não apenas um tributo a Marcélia, mas também um avanço para a cena cultural da região.
O reconhecimento de uma atriz que levou o nome da cidade para o mundo se soma ao fortalecimento das políticas locais de incentivo à arte.
Estas iniciativas como essa consolidam Cajazeiras como um polo de produção e exibição audiovisual no Sertão.
Um legado em construção
Ao homenagear Marcélia Cartaxo com uma sala de cinema e dedicar uma mostra à sua obra, Cajazeiras reafirma sua identidade cultural e inspira novas gerações de artistas.
O gesto projeta para o futuro uma cidade que preserva sua memória e valoriza quem a representa nas telas.


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